Deu no Portal da CUT: “Cobraremos os prefeitos para que constituam conselhos com participação dos trabalhadores”

O Portal da CUT traz hoje uma entrevista em que faço um balanço das eleições no último domingo. Resumidamente, para mim o PT é o grande vencedor da disputa, pelo crescimento, principalmente nas grandes cidades, e o PSB o grande ponto de interrogação para o próximo pleito.

Destaco também que o papel da militância Cutista não acaba aqui: a partir de agora, procuraremos os prefeitos eleitos para cobrar a instalação de uma mesa de negociação permanente com os movimentos sociais. Não há mais espaço para quem governo sem diálogo e a escolha em São Paulo é um belo exemplo disso.

Leia abaixo a matéria na íntegra:

“Cobraremos os prefeitos para que constituam conselhos com participação dos trabalhadores”, afirma presidente da CUT

Com o fim do segundo turno das eleições municipais no último domingo, as 5.564 cidades brasileiras já tem definidos os prefeitos e vereadores para os próximos quatro anos.

As votações fortaleceram o Partido dos Trabalhadores (PT), que irá comandar o maior número de cidades com mais de 200 mil eleitores e sagrou-se a sigla mais votada do país. A maior vitória, sem dúvida, foi em São Paulo, com Fernando Haddad. Ainda no território paulista, dos 10 maiores municípios, o PT comandará cinco, além da capital paulista: Guarulhos, São Bernardo do Campo, Osasco, Santo André e São José dos Campos.

Já o PMDB é líder nas cidades pequenas e o PSB elegeu o maior número de prefeitos nas capitais. Desses, PT e PMDB foram os únicos que conquistaram prefeituras em todos os estados brasileiros.

Em entrevista, o presidente da CUT, Vagner Freitas, faz um balanço das eleições, destaca o papel do movimento sindical após o pleito e aponta que a prioridade é estabelecer um canal de negociação permanente com os movimentos sociais.

Portal da CUT  Qual o balanço que você faz das eleições?

Vagner Freitas – Primeiro, felicitar o prazer de poder votar. Apesar de você ainda não ter democracia econômica, com divisão de renda, mas a democracia política é muito importante para qualquer república. Ficou tão normal votar no Brasil e isso é tão bom, mas não podemos esquecer que voto é conquista do povo. Esperamos que esses governantes respeitem essa população e deem dignidade à sua gestão.Como o eleitor deve atuar a partir de agora?
E isso só acontece com acompanhamento dos trabalhadores e da sociedade como um todo. Participar de uma eleição não é só votar. É o primeiro passo, mas a sociedade precisa fazer e, no Brasil não existe, é acompanhar os mandatos e vincular o governante com o que ele defendeu na campanha. Nisso nós temos que evoluir muito. O cidadão se vê apenas como eleitor, escolhe o candidato e depois não acompanha, e o governante, em geral, esquece o eleitor.  O papel dos movimentos sociais é organizar os trabalhadores para que façam o acompanhamento do mandato e não deixem que ele esqueça dos compromissos assumidos.

A partir de agora, qual o papel da CUT?
Iremos discutir com os governantes para que constituam conselhos da sociedade civil e possamos acompanhar os mandatos, claro. Nós temos a Plataforma da Classe Trabalhadora, que condensa o que pensamos, fundamentalmente, a aplicação de recursos públicos para que os trabalhadores tenham acesso a serviços públicos de qualidade e as estaduais da CUT irão fazer o contato com os prefeitos eleitos, principalmente de capitais e cidades de médio porte, para entregar mais uma vez a plataforma e conseguir com que assumam o compromisso com este documento. Agora, não mais como candidatos, mas como governantes. Para as administrações municipais a luta é estar presente na discussão sobre o orçamento dos municípios para que estejam voltadas às questões sociais, fundamentalmente de educação, saúde, transporte e moradia. A participação dos trabalhadores e dos sindicatos na discussão sobre a destinação das verbas no orçamento para questões populares é a principal função nas cidades.

Qual o recado que as urnas deixam?
As eleições consolidam o Partido dos Trabalhadores como o mais importante do Brasil e o ex-presidente Lula como o principal político e a mais importante liderança de massa do país. Um partido com quase 18 milhões de votos, o mais votado neste ano, mais votado em regiões metropolitanas, que cresceu 14% em relação ao número de cidades governadas em 2008, que ganhou mais de mil vereadores além do que tinha, mas acima de tudo consolida uma presença em São Paulo, que é um calcanhar de Aquiles. Essa proposta de desenvolvimento que o ex-presidente Lula começou e que a presidenta Dilma deu continuidade sempre teve derrotas em São Paulo que a enfraqueciam. Com a vitória em São Paulo, eu acredito que você vai solidificando o entendimento de que o processo de desenvolvimento trazido pelo PT e pelos partidos aliados se sobrepõe ao projeto de minimalismo do Estado, de não participação de políticas públicas, de governos voltados apenas à questão do mercado e não ao Estado como indutor do desenvolvimento, a grande diferença entre o PT e o PSDB. Esse quadro também fortalece a presidenta Dilma para 2014 para além da gestora e a coloca como outra grande liderança política que subiu nos palanques dos candidatos cumpriu o papel de demonstrar para a população o que pensa a presidenta. A vitória de Fernando Haddad, em São Paulo, aponta que o eleitor consegue identificar as diferentes propostas e não adianta os analistas tentarem vender a ideia de que o poder foi fatiado no Brasil. O PT e o Lula foram os grandes vencedores dessas eleições. Quem diz o contrário, não está fazendo análise, está dando opinião.

Um dos partidos que mais cresceu foi o PSB, de Eduardo Campos, governador de Pernambuco. Qual caminho você acredita que o partido adotará?
Isso coloca outro ingrediente para a eleição de 2014: o que quer o PSB de Eduardo Campos? Quer apenas se fortalecer pra ser o principal aliado do PT numa disputa interna com o PMDB na base aliada ou quer ser uma terceira via nessa disputa PT/PSDB? Ou engrossará o coro dos tucanos numa possível aliança com o senador Aécio Neves, provável candidato em 2014? Sem dúvida nenhuma o resultado de Pernambuco, com a vitória em Recife, do Ceará, com a vitória em Fortaleza, e de São Paulo, com a vitória em Campinas, alçam ao PSB ao patamar da noiva mais disputada. Eu acompanhei de perto as eleições e a estratégia nesses locais foi confrontar o PT. Tentando poupar a presidenta Dilma e o ex-presidente Lula, até porque existe uma aliança nacional, mas em confronto com o Partido dos Trabalhadores, inclusive usando argumentos dos tucanos, como o Mensalão. O PSB ainda não tem cara muito definida, em alguns momentos defende as políticas sociais, mas em outros mais próximo do PSDB. Em Campinas, o Jonas Donizete não é socialista, é tucano. O mesmo acontece com os prefeitos de Cuibá, Fortaleza e em Recife. Mas, tenho a impressão que pelo resultado consagrador do PT nas urnas, o governador Eduardo Campos não fará disputa para 2014, mas se fortalecer para chegar mais robusto e propor em 2018 que o candidato do governo seja ele.

E o que esperar do PSDB?
O PSDB está cada vez mais longe de ser o partido que pensaram Franco Montoro, Fernando Henrique e Mário Covas, quando saíram do MDB para criar o PSDB. O partido de hoje é absolutamente conservador e sepultou a carreira política do Serra, não por ter perdido a eleição, mas por ele pular na onda do político conservador de direita e jogou fora até uma trajetória de juventude que teve ligada ao movimento estudantil. E, agora, desde a disputa presidencial com Dilma, soma ao seu discurso questões que o consagram como um candidato atrasado, conservador e retrógrado, que é o debate sobre a criminalização do aborto, sobre o ‘kit gay’. É o debate do preconceito sem proposta. Por outro lado, ficou nítida a posição do Aécio Neves de se preservar, que não ‘conservadorizou’ seu discurso, manteve pensando para a sociedade essa sociedade light como bom instrumento de marketing. Paralelo a isso, tivemos o ressurgimento do PT de Minas Gerais, com a candidatura heroica de Patrus Ananias.

Em Campinas, adversário de Pochman aprovou lei para promover trabalho infantil

Ao escolhermos um candidato a prefeito devemos considerar tudo aquilo que já fez durante sua trajetória política. Todos sabem que em Campinas eu estou com o companheiro Marcio Pochmann, de longe, um dos melhores quadros que conheço em todo o país.

Economista e professor da Unicamp, Pochmann tem propostas para fazer com que o terceiro maior PIB do estado de São Paulo retome seu potencial econômico, enquanto o outro candidato vai contra os princípios da CUT e do movimento sindical.

Eu durante comício de Marcio Pochmann, no último sábado (20), em Campinas

Em 1997, Jonas Donizete (PSB) apresentou a Lei 9236/97, que, pasmem, regulamenta o trabalho infantil em sua frente mais frágil: as crianças em situação de rua.

O programa consiste em “diagnóstico, abordagem da criança e do adolescente naquele meio (rua), e a organização dos meninos (as) maiores de 07 (sete) anos, formando grupos de: carregadores de sacolas, ajudante nas barracas dos feirantes e guardadores de carros.”

Por ignorar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que em seu artigo 60 proíbe “o trabalho a menores de dezesseis anos de idade, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos”, a lei foi vetada pelo então prefeito, Chico Amaral.

Porém, com apoio do então presidente da Câmara, Francisco Sellim, atualmente no PMDB, Donizete conseguiu derrubar o veto.

Para especialistas, como o diretor da Associação dos Educadores e Educadoras Sociais de São Paulo, Ney Moraes, além de ilegal, a medida causa graves prejuízos à criança.

“Somos contra o trabalho precoce porque não muda a condição, nem tira o menino da rua, apenas coloca um patrão explorando-o. Minha posição, como a da CUT, é contrária. Tem que criar programas de elevação da renda familiar para que a criança possa dedicar-se apenas a escolarização, à cultura e ao lazer”, explica.

Além da questão social, há o próprio viés profissional. “De um lado você prepara o filho da classe trabalhadora, desde pequeno, como escravo da linha de montagem. Do outro, o filho da classe dominante tem a oportunidade de estudar e se prepara para comandar a produção”, cita Moraes.

Dados do IBGE mostram que, em 2011, haviam 3,7 milhões de crianças e adolescentes, entre 5 e 17 anos, trabalhando no país. Esse é um número que ainda nos envergonha e nossa luta é pela erradicação dessa forma de trabalho, não pela exploração.

Por isso estamos com quem defende esse princípio, por isso estamos com Márcio Pochmann.

Para saber mais, acesse aqui a cartilha “Lugar de Criança é Na Escola! Campanha Nacional pela Erradicação do Trabalho Infantil”, que publicamos neste ano.

Em Fortaleza, Lula, Dilma e movimento sindical estão com Elmano

Hoje e amanhã estarei em Fortaleza para duas atividades muito importantes. Nesta quarta, levarei meu apoio a Elmano Freitas, nosso candidato na capital cearense. E, na quinta-feira participarei de um debate sobre os rumos do movimento sindical com os companheiros e companheiras da CUT-CE.

Como tenho ressaltado em cada município que visito os trabalhadores não podem ficar alheios às disputas eleitorais porque a escolha dos prefeitos e vereadores é que irá definir se teremos nas cidades o princípio do desenvolvimento com distribuição de renda e inclusão social que iniciamos há oitos anos no governo Lula.

A responsabilidade em Fortaleza é grande: será uma das sedes dos jogos da Copa do Mundo e necessitará de muitos investimentos, que não devem se resumir a construção de viadutos. Temos a obrigação de cobrar que o dinheiro público seja destinado a obras que incluiam a melhoria nas condições de vida dos cearenses.

Por isso, não tenho dúvida de que Elmano é a melhor opção ao representar a continuidade da inversão de prioridades e fazer com que a cidade seja dos cidadãos, mantendo a aposta na democracia participativa, no controle social e na transparência.

Um recente relatório da ONU apontou que a capital do Ceará estará entre as 14 regiões metropolitanas brasileiras com maior crescimento populacional até 2025 e o próximo gestor tem de priorizar a educação e a saúde. Programas como o “Construindo uma Fortaleza sem Miséria”, lançado em junho pela companheira Luizianne Lins, e a educação em tempo integral serão mantidos e ampliados por Elmano.

Também nos deixa satisfeitos saber que o município aplica cerca de 23% de seus recursos em saúde, índice muito superior aos 15% exigidos pela Constituição, fazendo da cidade a que mais investe com recursos próprios no Brasil, desconsiderando os aportes do SUS.

A tarifa social aos domingos no transporte coletivo e a criação de faixas exclusivas para ônibus, serão prioridade, conforme nos garantiu Elmano, demonstrando que Fortaleza está em sintonia com outras metrópoles ao priorizar o ônibus em detrimento do transporte individual.

Acreditamos que a cidade deve ser pensada por todos os cidadãos e por isso a atual administração recriou o Instituto Municipal de Planejamento Urbano com o objetivo de reunir o melhor da inteligência científico-técnica e pensar o planejamento urbano em longo prazo.

Elmano está no PT desde sua fundação. Sério, jovem e com grande experiência administrativa, não tenho dúvidas de que é o nome certo para fazer de Fortaleza uma cidade ainda mais inclusiva.

Em Santo André, movimento sindical está com Grana

Cerca de mil pessoas já lotam neste momento o Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, onde lideraças sindicais irão reforçar o apoio a Carlos Grana, nosso candidato na cidade. A região do ABC, berço da CUT, já demonstrou que reconhece a competência dos trabalhadores na administração municipal.

São Bernardo elegeu Marinho em primeiro turno, enquanto Donisete Braga, em Mauá, e Mário Reali, em Diadema, lideram as pesquisas. Assim como o companheiro Carlos Grana.

Temos a obrigação de lutar para que o processo de transformação do Brasil, que começou com o presidente Lula e continuou com a presidenta Dilma, tome conta de todo o Grande ABC, por meio de parcerias com o governo federal em programas como o Minha Casa, Minha Vida. Em Santo André, Grana planeja construir 3 mil unidades habitacionais com recursos do governo federal e do governo estadual, priorizando famílias com renda de até 3 salários mínimos.

O emprego também será um dos eixos centrais no programa de nosso candidato, por meio da geração de mais e melhores empregos, especialmente em setores de alta tecnologia, que possui grande potencial para crescimento.

O diálogo com os trabalhadores é prioridade absoluta para a CUT e Grana comprometeu-se a criar uma mesa de negociação permanente entre funcionários e governo para discutir salários, plano de carreira, entre outros pontos.

E ao contrário do que prega o candidato do PSDB em São Paulo, que deseja fazer do ambiente escolar um espaço para identificar criminosos, o representante do PT em Santo André pretende transformas as escolas em equipamentos-base para formação esportiva e prática do lazer. Já na saúde, o objetivo é implantar mais 4 UPAs 24h.

Ousadia e dedicação, essas são as marcas dos representantes da classe trabalhadora e por isso estamos com Grana.

Nesta quarta (17), sindicalistas unidos formalizam apoio a Haddad

Mais uma vez, dirigentes da CUT e os companheiros e companheiras da CGTB, CTB, Força Sindical, Nova Central e UGT, demonstramos estar ao lado de quem defende a classe trabalhadora. Nesta quarta-feira (17), representantes das seis centrais promoverão um ato público para formalizar o apoio ao candidato Fernando Haddad, que aposta no diálogo social.

Exatamente o oposto do candidato do PSDB, que já demonstra sinais de destempero, reagindo, como sempre, de forma truculenta quando é questionado sobre suas administração. (Clique aqui para ler o bate-boca com um jornalista da rádio CBN na manhã desta terça-feira).

A manifestação acontecerá às 11h, no Sindicato dos Eletricitários de São Paulo (Rua Thomás Gonzaga, 50 – Liberdade) e o ex-presidente Lula também deve estar presente.

Durante a atividade, o Ministro do Trabalho, Brizola Neto, representará as organizações e apresentará um documento em que os dirigentes das centrais apontam quais devem ser as prioridades para o próximo governo.

Em entrevista ao Portal Terra (Clique aqui para ler), destaquei ainda que os movimentos sociais não podem ficar neutros e devem optar em todo país por candidatos que não tratem os trabalhadores como inimigos e defendam projetos municipais de desenvolvimento com inclusão social.

Por isso estamos com Haddad.

Contamos com sua presença.

Ato das Centrais Sindicais em apoio a Haddad
Quarta-feira, 17/10, às 11h
Sindicato dos Eletricitários de São Paulo (Rua Thomás Gonzaga, 50 – Liberdade)