Brasileiros precisam se unir em defesa da Petrobrás e do Pré-Sal

Serra quer privatizar a Petrobrás e entregar nossas riquezas para os americanos

A Câmara dos Deputados está pronta para votar e aprovar o Projeto de Lei 4568/2016, que tira da Petrobrás a exclusividade na operação do Pré-Sal e acaba com a garantia que a empresa tem de participação mínima de 30% nos processos licitatórios para exploração dessas reservas. Clique aqui para ler matéria do site da FUP.

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Deu no Portal da CUT: “Cobraremos os prefeitos para que constituam conselhos com participação dos trabalhadores”

O Portal da CUT traz hoje uma entrevista em que faço um balanço das eleições no último domingo. Resumidamente, para mim o PT é o grande vencedor da disputa, pelo crescimento, principalmente nas grandes cidades, e o PSB o grande ponto de interrogação para o próximo pleito.

Destaco também que o papel da militância Cutista não acaba aqui: a partir de agora, procuraremos os prefeitos eleitos para cobrar a instalação de uma mesa de negociação permanente com os movimentos sociais. Não há mais espaço para quem governo sem diálogo e a escolha em São Paulo é um belo exemplo disso.

Leia abaixo a matéria na íntegra:

“Cobraremos os prefeitos para que constituam conselhos com participação dos trabalhadores”, afirma presidente da CUT

Com o fim do segundo turno das eleições municipais no último domingo, as 5.564 cidades brasileiras já tem definidos os prefeitos e vereadores para os próximos quatro anos.

As votações fortaleceram o Partido dos Trabalhadores (PT), que irá comandar o maior número de cidades com mais de 200 mil eleitores e sagrou-se a sigla mais votada do país. A maior vitória, sem dúvida, foi em São Paulo, com Fernando Haddad. Ainda no território paulista, dos 10 maiores municípios, o PT comandará cinco, além da capital paulista: Guarulhos, São Bernardo do Campo, Osasco, Santo André e São José dos Campos.

Já o PMDB é líder nas cidades pequenas e o PSB elegeu o maior número de prefeitos nas capitais. Desses, PT e PMDB foram os únicos que conquistaram prefeituras em todos os estados brasileiros.

Em entrevista, o presidente da CUT, Vagner Freitas, faz um balanço das eleições, destaca o papel do movimento sindical após o pleito e aponta que a prioridade é estabelecer um canal de negociação permanente com os movimentos sociais.

Portal da CUT  Qual o balanço que você faz das eleições?

Vagner Freitas – Primeiro, felicitar o prazer de poder votar. Apesar de você ainda não ter democracia econômica, com divisão de renda, mas a democracia política é muito importante para qualquer república. Ficou tão normal votar no Brasil e isso é tão bom, mas não podemos esquecer que voto é conquista do povo. Esperamos que esses governantes respeitem essa população e deem dignidade à sua gestão.Como o eleitor deve atuar a partir de agora?
E isso só acontece com acompanhamento dos trabalhadores e da sociedade como um todo. Participar de uma eleição não é só votar. É o primeiro passo, mas a sociedade precisa fazer e, no Brasil não existe, é acompanhar os mandatos e vincular o governante com o que ele defendeu na campanha. Nisso nós temos que evoluir muito. O cidadão se vê apenas como eleitor, escolhe o candidato e depois não acompanha, e o governante, em geral, esquece o eleitor.  O papel dos movimentos sociais é organizar os trabalhadores para que façam o acompanhamento do mandato e não deixem que ele esqueça dos compromissos assumidos.

A partir de agora, qual o papel da CUT?
Iremos discutir com os governantes para que constituam conselhos da sociedade civil e possamos acompanhar os mandatos, claro. Nós temos a Plataforma da Classe Trabalhadora, que condensa o que pensamos, fundamentalmente, a aplicação de recursos públicos para que os trabalhadores tenham acesso a serviços públicos de qualidade e as estaduais da CUT irão fazer o contato com os prefeitos eleitos, principalmente de capitais e cidades de médio porte, para entregar mais uma vez a plataforma e conseguir com que assumam o compromisso com este documento. Agora, não mais como candidatos, mas como governantes. Para as administrações municipais a luta é estar presente na discussão sobre o orçamento dos municípios para que estejam voltadas às questões sociais, fundamentalmente de educação, saúde, transporte e moradia. A participação dos trabalhadores e dos sindicatos na discussão sobre a destinação das verbas no orçamento para questões populares é a principal função nas cidades.

Qual o recado que as urnas deixam?
As eleições consolidam o Partido dos Trabalhadores como o mais importante do Brasil e o ex-presidente Lula como o principal político e a mais importante liderança de massa do país. Um partido com quase 18 milhões de votos, o mais votado neste ano, mais votado em regiões metropolitanas, que cresceu 14% em relação ao número de cidades governadas em 2008, que ganhou mais de mil vereadores além do que tinha, mas acima de tudo consolida uma presença em São Paulo, que é um calcanhar de Aquiles. Essa proposta de desenvolvimento que o ex-presidente Lula começou e que a presidenta Dilma deu continuidade sempre teve derrotas em São Paulo que a enfraqueciam. Com a vitória em São Paulo, eu acredito que você vai solidificando o entendimento de que o processo de desenvolvimento trazido pelo PT e pelos partidos aliados se sobrepõe ao projeto de minimalismo do Estado, de não participação de políticas públicas, de governos voltados apenas à questão do mercado e não ao Estado como indutor do desenvolvimento, a grande diferença entre o PT e o PSDB. Esse quadro também fortalece a presidenta Dilma para 2014 para além da gestora e a coloca como outra grande liderança política que subiu nos palanques dos candidatos cumpriu o papel de demonstrar para a população o que pensa a presidenta. A vitória de Fernando Haddad, em São Paulo, aponta que o eleitor consegue identificar as diferentes propostas e não adianta os analistas tentarem vender a ideia de que o poder foi fatiado no Brasil. O PT e o Lula foram os grandes vencedores dessas eleições. Quem diz o contrário, não está fazendo análise, está dando opinião.

Um dos partidos que mais cresceu foi o PSB, de Eduardo Campos, governador de Pernambuco. Qual caminho você acredita que o partido adotará?
Isso coloca outro ingrediente para a eleição de 2014: o que quer o PSB de Eduardo Campos? Quer apenas se fortalecer pra ser o principal aliado do PT numa disputa interna com o PMDB na base aliada ou quer ser uma terceira via nessa disputa PT/PSDB? Ou engrossará o coro dos tucanos numa possível aliança com o senador Aécio Neves, provável candidato em 2014? Sem dúvida nenhuma o resultado de Pernambuco, com a vitória em Recife, do Ceará, com a vitória em Fortaleza, e de São Paulo, com a vitória em Campinas, alçam ao PSB ao patamar da noiva mais disputada. Eu acompanhei de perto as eleições e a estratégia nesses locais foi confrontar o PT. Tentando poupar a presidenta Dilma e o ex-presidente Lula, até porque existe uma aliança nacional, mas em confronto com o Partido dos Trabalhadores, inclusive usando argumentos dos tucanos, como o Mensalão. O PSB ainda não tem cara muito definida, em alguns momentos defende as políticas sociais, mas em outros mais próximo do PSDB. Em Campinas, o Jonas Donizete não é socialista, é tucano. O mesmo acontece com os prefeitos de Cuibá, Fortaleza e em Recife. Mas, tenho a impressão que pelo resultado consagrador do PT nas urnas, o governador Eduardo Campos não fará disputa para 2014, mas se fortalecer para chegar mais robusto e propor em 2018 que o candidato do governo seja ele.

E o que esperar do PSDB?
O PSDB está cada vez mais longe de ser o partido que pensaram Franco Montoro, Fernando Henrique e Mário Covas, quando saíram do MDB para criar o PSDB. O partido de hoje é absolutamente conservador e sepultou a carreira política do Serra, não por ter perdido a eleição, mas por ele pular na onda do político conservador de direita e jogou fora até uma trajetória de juventude que teve ligada ao movimento estudantil. E, agora, desde a disputa presidencial com Dilma, soma ao seu discurso questões que o consagram como um candidato atrasado, conservador e retrógrado, que é o debate sobre a criminalização do aborto, sobre o ‘kit gay’. É o debate do preconceito sem proposta. Por outro lado, ficou nítida a posição do Aécio Neves de se preservar, que não ‘conservadorizou’ seu discurso, manteve pensando para a sociedade essa sociedade light como bom instrumento de marketing. Paralelo a isso, tivemos o ressurgimento do PT de Minas Gerais, com a candidatura heroica de Patrus Ananias.

Serra e Paulo Preto: as pedras perdidas no meio do caminho

O tempo passou, mas nós não esquecemos de Paulo Preto, o ex-diretor do Departamento de Obras Rodoviárias de São Paulo (DERSA).

Responsável pela construção do Rodoanel, pela duplicação das marginais Pinheiros e Tietê e pela ampliação da Jacu Pêssego, o engenheiro foi acusado pelo ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Luiz Antonio Pagot, em entrevista à revista IstoÉ, de desviar recursos do Rodonael para as campanhas de Serra, Alckmin e Gilberto Kassab (PSD).

A denúncia, estranhamente, não mereceu dos principais veículos de comunicação do país o mesmo vigor na investigação que foi destinado a outras denúncias.

Felizmente, a última edição da revista piauí rompe o silêncio e traz um perfil de Paulo Preto, assinado pela jornalista Daniela Pinheiro. Abaixo, listo os trechos que mais chamaram minha atenção:

– Era ele (Paulo Preto) quem assinava convênio, autorizava pagamentos, negociava com empreiteiras, mandava desapropriar áreas e bancava alterações nos projetos originais. Juntas, as obras (Rodoanel, duplicação das marginais Pinheiros e Tietê e ampliação da Jacu-Pêssego) custaram cerca de R$ 11 bilhões;

– (…) A candidata do PT (Dilma) disse estar indignada com o caso Erenice, mas falou que era o tucano quem deveria se explicar sobre “seu assessor Paulo Vieira de Souza”, que fugira com “R$ 4 milhões de sua campanha”. Serra não comentou a observação;

– Procurado pela imprensa no dia seguinte, o tucano negou conhecer o engenheiro. Foi quando Paulo Souza disse em entrevista à Folha de São Paulo: “Não se larga um líder ferido na estrada a troco de nada. Não cometam esse erro”. No mesmo dia, Serra reformulou sua frase: admitiu que conhecia Souza, mas não pelo apelido de “Paulo Preto”, e disse se tratar de um gestor competente;

Quando de sua prisão por levar um bracelete roubado da marcar Gucci em uma joalheria para avaliação, Paulo Preto usou seus contatos para “melhorar” o atendimento;

– Souza disse ter ficado “estarrecido” com as péssimas condições de trabalho dos policiais do 15º DP e, por isso, passou a mão no telefone: “Ô Aloysio, puta que o pariu, essa delegacia aqui é uma merda, está cheia de computador fechado no chão, os caras aqui escrevendo à máquina. Que merda é essa, Aloysio?”;

Seu interlocutor era Aloysio Nunes Ferrreira, então candidato ao Senado pelo PSDB, ex-chefe da Casa Civil do Governador José Serra. Amigos há mais de duas décadas, Paulo Souza é considerado um afilhado político de Nunes Ferreira;

– Palavras de Paulo Preto sobre sua prisão: “Bastava um telefonema de alguém do governo para eu não ter que passar por tudo aquilo. Mas um telefone direito. Não é ligar e falar: “Vê o que dá pra fazer.” Eles sabiam que a delegada estava agindo com abuso, bastava avocar o caso para outra delegacia”, disse;

– Segundo ele (Paulo Preto), conversou sozinho com o então governador (Serra) uma única ocasião, quando falaram sobre a queda das vigas nas obras do Rodoanel, ocorrida em novembro de 2009, ferindo três pessoas. “Mas ele sempre soube, sempre, quem era eu”, enfatizou;

– Palavras de Paulo Preto: “Olhas essas luzinhas azuis! É a única ponte do Brasil com iluminação azul.Sabe por que é azul? Porque eu gosto de azul. Viraram pra mim e falaram: ‘Porra,mas tem padrão na iluminação, tem que ser cinza.’ Tem padrão o caralho! Foda-se, quem manda sou eu. Vai ser azul e pronto”, disse;

– Em determinado momento do governo, sua autonomia parecia total, o que ele disse só ter sido possível graças ao respaldo de José Serra;

– “Então, o que quero dizer é que TUDO o que foi feito por mim na Dersa tinha o aval do governador José Serra.” Palavras de Paul Preto;

– Também esperava que ele esclarecesse uma acusação feita por Luiz Antônio Pagot, ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, o DNIT. À revista IstoÉ, Pagot afirma ter sido pressionado por Paulo Souza a assinar um documento para liberar R$ 264 milhões a mais para a obra do Rodoanel. O dinheiro, segundo Pagot, serviria para financiar a campanha de tucanos em São Paulo.

– Palavras de Paulo Preto: “O que eles querem que eu diga? Que eu arrumei dinheiro em caixa dois? Eu quero que se fodam. Quem pede dinheiro para a campanha do Serra é o Serra (…)”

– Testemunha da prisão do engenheiro no caso Gucci, Russomano deu uma entrevista dizendo que Souza foi preso com dinheiro nas meias e que a delegada Scapulatiello sofrera pressão política para libertá-lo. Quando foi detido, ele tinha R$ 11 mil em espécie nos bolsos da calça e da jaqueta. A delegada Nilze Scapulatiello negou ter sofrido pressão. Mas foi condenada a pagar R$ 30 mil a Souza por abuso de autoridade. Logo depois do episódio, ela foi transferida da delegacia do Itaim. O inquérito sobre o roubo da joia foi arquivdado:

– Paulo Preto acredita que o seu caminho ainda é o setor público. “O Serra não vai me chamar, mas se for o Kassab, o Barros Munhos, o Orlando Morando, esses me chamam na hora. Eles querem e precisam de um gesto”, disse, referindo-se ao atual prefeito e a políticos do PSDB paulista.